O deus e sua representação: como caçador-coletor
representado por um ser humano com chifres de alce.
A deusa e suas três faces: a virgem ou donzela, a mãe e a
anciã.
“Para a Wicca, existe um princípio criador, que não tem nome
e está além de todas as definições. Desse princípio, surgiram as duas grandes
polaridades, que deram origem ao universo e a todas as formas de vida."
O deus
Um dos princípios da bruxaria é a harmonia tanto consigo
quanto com o universo. Trabalham com energias masculinas e femininas mesmo
sendo uma religião matrifocal, a deusa e seu consorte vivem em total equilíbrio
e igualdade, muitas das estatuetas e pinturas rupestres da antiguidade
mostravam a deusa rodeada por animais completamente masculinos, como leões e
veados, outras estatuetas tinham espécies de corpos mórficos, uma mistura do
masculino e do feminino em um só ser.
Na maioria dos mitos o deus nasce da deusa depois se torna
seu consorte (marido), trazendo à tona a fertilidade, vive em harmonia com ela
depois morre seguindo o ciclo da vida, morte e renascimento. Não somente como o
sol o deus esta representado em muitas faces na natureza, principalmente na sua
face indomável, que exemplifica a fase do homem como caçador-coletor
representado por um ser com aspecto humano, porém com chifres, chifres esses de
alce, mostrando ainda um animal selvagem.
Conforme o homem foi "domesticando" a terra e os
animais, esse deus passou a ser apresentado por corpo humano, mas com chifres
de bode, um animal dócil e domesticável. Mesmo tendo chifres de bode ainda
mantinha em seu ser a força do deus selvagem dos chifres de alce, como atesta a
natureza do deus pã.
Como a deusa, o deus também tem muitas faces e muitos nomes,
cernunos (kernunos) descreve bem a face deste deus selvagem em que acreditavam
os celtas, Dionísio também tem chifres e representa a virilidade, em algumas
ocasiões seus chifres são de bode outras de touro, essa imagem de touro como as
representações em que Dionísio aparece com serpentes têm ligações com os ritos
lunares da antiga Europa. Sabemos que em algumas tradições Dionísio era
consorte de Ártemis, confirmando a sua natureza silvestre. Ao chegar à Itália o
culto a Dionísio foi adaptado à vida da nova terra. Quando esse deus foi
atribuído aos vinhedos teve o nome modificado para baco muitas vezes o deus cornifico
na Itália também recebia um coroa de folhas de uva, e atrás surgiam seus
chifres.
Outra face do deus é a do senhor da colheita - green man,
aqui encontramos mais uma vez a figura de Dionísio, sendo o único deus não
indo-europeu da antiga Europa, aqui ele aparece como o senhor da colheita,
tendo uma imagem mais madura, como as sementes depois que o sol brilhante e
fervoroso as fez germinar, instiga o verdejar da terra após o frio inverno.
As estrelas são pequenos sóis distantes, também associadas
ao deus, como os desertos escaldantes, e as altas montanhas.
Os símbolos normalmente utilizados para representar ou
cultuar o deus incluem a espada, chifres, a lança, a vela , a flecha, bastão mágico, o tridente, o punhal,
faca ou athame , as cores são o dourado,
marrom, azul, verde e amarelo. Os principais Sabbahts ligados ao deus é o Yule,
que marca o nascimento da criança da promessa, em Ostara o deus se torna um
jovem que esta alcançando sua maturidade. A deusa e o deus são iguais e unidos.
A deusa
A grande mãe representa a energia universal geradora, o
útero de toda criação. É associada aos mistérios da lua, da intuição, da noite,
da escuridão e da receptividade. É o inconsciente, o lado escuro da mente que
deve ser desvendado. A lua nos mostra sempre uma face nova a cada sete dias,
mas nunca morre, representando os mistérios da vida eterna.
Na Wicca, a deusa se mostra com três faces: a virgem ou
donzela, a mãe e a velha sábia, sendo que esta última ficou mais relacionada à
bruxa na imaginação popular. A deusa
tríplice mostra os mistérios mais profundos da energia feminina, o poder da
menstruação na mulher, e é também a contraparte feminina presente em todos os
homens, tão reprimida pela cultura patriarcal!
A deusa é a mãe universal. É fonte da fertilidade, da
infinita sabedoria e dos cuidados amorosos. Segundo a Wicca, ela possui três
aspectos: a donzela, a mãe e a anciã, que simbolizam as luas crescente, cheia e
minguante. Ela é a um só tempo o campo não arado, a plena colheita e a
terra dormente, coberta de neve. Ela dá
à luz em abundância. Mas, uma vez que a vida é um presente seu, ela a empresta
com a promessa da morte.
Esta não representa as trevas e o esquecimento, mas sim um
repouso pela fadiga da existência física. É uma existência humana entre duas
encarnações. Uma vez que a deusa é a natureza, toda a natureza, ela é tanto a
tentadora como a velha; o tornado e a chuva fresca de primavera; o berço e o
túmulo. Porém, apesar de ela ser feita de ambas as naturezas, a Wicca a reverencia como a doadora da fertilidade,
do amor e da abundância, se bem que seu
lado obscuro também é reconhecido.
Nós a vemos na lua, no silencioso e fluente oceano e no
primeiro verdejar da primavera. Ela é a incorporação da fertilidade e do amor.
A deusa é conhecida como a rainha do paraíso, mãe dos deuses que criaram os deuses, a fonte divina, a
matriz universal, a grande mãe e incontáveis outros títulos.
Muitos símbolos são utilizados na Wicca para honrá-la, como o caldeirão, a taça , o machado, flores de cinco pétalas, o
espelho , colares, conchas do mar,
pérolas, prata, esmeralda... Para citar uns poucos. Por governar a terra, o mar
e a lua, muitas e variadas são suas criaturas. Algumas incluíram o coelho, o
urso, a coruja, o gato, o cão, o morcego, o ganso, a vaca, o golfinho, o leão,
o cavalo, a corruíra, o escorpião, a aranha e a abelha. Todos são sagrados a
deusa! A deusa já foi representada como uma caçadora correndo com seus cães de
caça; uma deidade celestial caminhando pelos céus; a eterna mãe com o peso da
criança; a tecelã de nossas vidas e mortes; uma anciã caminhando sob o luar
buscando os fracos e esquecidos, assim como muitos outros seres. Mas
independente de como a vemos, ela é onipresente, imutável, eterna e assim como
o deus vive dentro e fora de nós.
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